terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O anjo pálido



“Eu precisava saber de outra coisa, outra coisa me impelia: naquela ocasião eu precisava saber, e saber o quanto antes: eu sou um piolho, como todos, ou um homem? Eu posso ultrapassar ou não! Eu ouso inclinar-me e tomar ou não! Sou uma besta trêmula ou tenho o direito de... “
Um febril Raskólnikov á Sônia Semeónovna

Creio que tudo que poderia ser dito sobre Crime e Castigo, obra-prima de Fiódor Dostoievski, já foi dito, escrito e reescrito. Obra ímpar que nos arrasta junto com a alma torturada de Raskólnikov, após matar uma velha usurária e sua irmã a machadadas, através de uma São Petersburgo lúgubre e impiedosa. Febril é o estado da alma. A culpa reclama o castigo, afirma Dostoievski em carta expondo a idéia central do romance: “O castigo pelo crime amedronta muito menos o criminoso [...] porque ele mesmo o reclama (moralmente).” Leitura obrigatória.

“...Bem, mas isso suponhamos, aconteceu durante a doença, no entanto veja mais uma coisa: matou, mas se considera um homem honrado, despreza as pessoas, anda por aí como um anjo pálido.”

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