sábado, 1 de junho de 2013

uma pequena paz

O Vento nordeste soprava forte aumentando a sensação de frio que atravessava a roupa e doía nos ossos. Vagas enormes quebravam com preguiça como se nunca fossem chegar até a beira. Tive vontade de mergulhar mesmo assim, de ficar lá escondido me sentindo feliz. Era apenas um dia qualquer do ano sem nome ou data. Na praia nada disso importa, parece-me que há outra vida lá, uma possibilidade devagar e silenciosa de existir.
Então lá estava o mar habitado por anjos, velhas estrelas que se retiraram do mar e cachorros felizes de não terem dono. Uma pequena paz. A grama cresce nos pátios enquanto as casas lamentam a maresia numa espécie de harmonia musical tocada pelo vento. Entretanto, nada do que aqui está nos pertence. Não ficamos; nem os pés lavados ou um pedaço da alma. Mãos vazias. Talvez seja esse o segredo da felicidade