domingo, 27 de março de 2016

Aos homens

Quero encontrar meus amigos
Que moram no tempo,
Ouvir suas vozes insurgentes
No brusco entardecer.

Quero encontrá-los dentro da chuva,
Nas pegadas da cidade que festeja seus mortos,
Cobrir-lhes o rosto com madeira escura
E repousar em seus braços as preces que me ofertaram.

Quero embalar nossos sonhos
Em nuvens brancas e sonolentas,
Reencontrá-los no jardim na memória,
De costas para o vento e as mãos limpas
Com as quais um dia sonharam.