quinta-feira, 27 de julho de 2017

[poema]

dormi a terra úmida:
as janelas abertas e o céu a nascer.
dormi o esquecimento para acordar um rio de pedras,
o momento ruidoso entre as horas.
dormi para escrever a morte que renova o trigo
sem esperança alguma,
como o vento.
dormi o sono do mundo,
os olhos repletos de silêncio,
grilhões e sonhos distantes.
dormi a última estrela,
homens em linha,
edifícios sem nome
e lá no fundo,
antes das paredes brancas,
teu rosto,
o amor confuso das nuvens.
assim, despertaremos