quarta-feira, 28 de junho de 2017

quando ainda sonhávamos com o BNH

Espalhados pelo vale
Edifícios e casas aos milhares
Espremendo contra o céu
Suor e sonhos financiados
Quarenta e oito anos em parcelas
Da manhã até a noite
Entre o cansaço do olho que dorme
E a insônia do olho que se mantém aberto
Fazendo contas.
De madrugada, em transe
Gritam às nuvens poemas hipotecados
Para êxtase dos juros
Travestidos em anjos.