sábado, 13 de agosto de 2016

sempre

Seria sempre e a qualquer momento
Assim, sempre uma despedida após a outra
Um navio de pequenas mortes
De náufragos e naufrágios.

As lembranças
Levarei comigo
As insignificantes
Tão finas quanto a areia
Aos punhados, encherei os bolsos.

Aquelas – e não as outras
Plantarei junto à campa
No tumulto silencioso da noite.

sussuro


Era noite, parecia noite
quando o amor
me arremessou ao mar
e o medo fez os copos
caírem afogados.

Portanto, eis aqui
a letra de uma palavra
a voz silenciosa das vozes
a selva úmida enterrada nos ossos.

Parece, ainda parece
que a noite anda sobre o mar
que o vento sopra o sangue das ruas
E o amor, dizem
Arremessará o mundo no fogo.