Como o olho que vê a si mesmo
Por dentro de um vendaval
Dando as costas.
O olho que viu teu desejo transpirado
Nas mãos de outro
Uma fome com gosto de morte
Olha, olha
O cansaço venceu a aurora
Um incêndio do lado de lá
A água invadindo a cidade
Sonhamos o tempo
Sentados na penumbra da memória
Olhando o silêncio
Enrugar nossas mãos
Meu rosto pensa
o gosto rubro da tua face
Uma última vez
Depois ruminações estéreis
Por fim, o clarão que antecipa o nada
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