Quero encontrar meus amigos
Que moram no tempo,
Ouvir suas vozes insurgentes
No brusco entardecer.
Quero encontrá-los dentro da chuva,
Nas pegadas da cidade que festeja seus mortos,
Cobrir-lhes o rosto com madeira escura
E repousar em seus braços as preces que me ofertaram.
Quero embalar nossos sonhos
Em nuvens brancas e sonolentas,
Reencontrá-los no jardim na memória,
De costas para o vento e as mãos limpas
Com as quais um dia sonharam.
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