segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Máquina (You go to my head)


Ah, máquina. Rejubila-te. Sabe tão pouco da noite, dos dias. Tão pouco de quase tudo. Terreno úmido. Pensa ao invés de sentir. Porém, apesar do temor, bate. Exulta, as vezes. Acha que está sentindo, é um pensamento, uma arritmia. Não sabe. Mas pensando pulsa. É suave como o cool jazz, ressoa como se fosse o trompete do Chet Baker. Compreende o rancor, não o ódio. Tem se esforçado. Sou testemunha. Ninguém te desconhece tanto quanto eu.

Epílogo:
Equilibrei o guarda-chuva nos dedos da mão direita passando-o de um para o outro. Segurei a chuva. Agarrei-a com força. Segui. Eu nunca paro. Nunca chego. É o meu oficio. Os pés de barro.

Nenhum comentário: