Banheiro – interna.
Espaço branco minúsculo, sem pia, vaso sanitário da mesma cor das paredes. A personagem entra rápido, levanta a tampa do vaso, a minissaia e senta. Deixa a porta entreaberta. O fluxo de urina é longo e prazeroso, traz alivio à medida que sai. Ela pensa, porém um pensamento não tem forma, e ouve Lou Reed cantando Coney Island Baby. Lembra-se da outra personagem, que ficou na sala, e que deveria dizer uma fala do roteiro. Nada lhe vem à mente. Em voz alta:
- Os pensamentos não têm forma. Nunca saberemos o que dizer e para quem dizer o quê. Na verdade tudo já está dito.
Destaca um pedaço de papel higiênico, se limpa e sai sem puxar a descarga.
Um comentário:
Rá, adorei ver os papéis que vivemos e como eles se sobrepõe! Abraço
Postar um comentário