terça-feira, 11 de janeiro de 2011

2011

Algo novo que nos transporte para fora da pedra bruta e cimento.
O milagre da transformação.
Novo Ano. Caminhei uma quadra e vi duas pessoas dormindo na calçada escaldante de uma tarde de verão em Porto Alegre lá pela casa dos 40º graus. Um deles dormia exatamente no fio da calçada, no limite que o separava do abismo do asfalto. Sonhava em posição fetal.
Renascimento.
Ano Novo, velhas obsessões. Os mendigos, as mulheres, os transeuntes insones, os anônimos dormitando no ônibus.
O mistério da vida.
Na praia, na virada do ano novo, no marco zero das nossas vidas, pensei: não há motivos para não celebrar esse momento. Molhei os pés na água salgada do mar, olhei o céu em polvorosa e agradeci. Senti uma felicidade silenciosa. Tudo é mistério, nada do que está aqui me pertence. A vida é o grande sonho de Deus e sua trupe de mendigos.

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