segunda-feira, 15 de maio de 2017

[poema]

O poeta está nu
parado em frente a estante de livros
sentindo a solidez da vigília
procurando um título com olhos estrábicos
esperando ser fecundado pela poesia
pelos versos que saltam das páginas rasgadas
aspirando a poeira dos mortos

Musa da meia-noite
flutua insone sob o teto dos amantes,
leva recados em capsulas de analgésicos
promove orgias na sala de jantar
Dorme no mastro negro dos marujos
E com tua seiva escreve poemas no chão

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