sábado, 19 de setembro de 2015

Encontros

O homem dá adeus ao cavalo
E da terra extrai um lápis
Impregnado de noite.

Olha em diagonal
Mulheres navegando garotos,
Consumindo cigarros sem prazer.

Olha os carros percorrendo
Ruas de chão batido.

O homem vertical nada vê
Suspirando o mofo da cidade,
Suspeitando das verdades impressas,
O sexo flácido nas mãos enferrujadas,
A vida despida de nuvens
À sombra de uma escada.

Nossas vozes poderiam se cruzar
Em algum ponto entre o desencontro
E o desencanto,
Mas deixo-as nuas na claridade augusta.

Talvez eu pudesse escrever outras estórias
Se não tivesse o corpo em chamas.

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